MEU PAI XANGÔ - KAÕ KABECILLE

 
                                          "É Xangô o Rei lá da pedreira
                                   É Oxum, rainha da cachoeira
                                   Xangô é Rei, Xangô é Rei Orixá
                                   Escreve lei pros filhos de Oxalá

Kaô Kabiecille.

Xx       Xangô é miticamente um Rei, alguém que cuida da administração do Poder e, principalmente da justiça.
Suas decisões são sempre consideradas sábias e ponderadas, hábeis e correctas. Ele é o Orixá que decide sobre o Bem e o Mal. Ele é o Orixá do Raio e do trovão
O símbolo do Axé de Xangô é uma espécie de machado com duas lâminas, o “OXÉ”, que indica o poder de Xangô, corta em duas direcções opostas. O administrador da justiça nunca poderia olhar apenas para um lado.
Xangô tem um mau relacionamento com a morte. Se Nana é como Orixá a figura que melhor se entende e predomina sobre os espíritos dos seres humanos mortos, Eguns. Xangô é o que mais a detesta e teme. Tudo o que se refere a estudos, a demanda judicial, ao direito, contratos, documentos trancados, pertencem a Xangô.
Xangô tem 3 esposas, Obá a mais velha e menos amada; Oxun que era casada com Oxossi e, por quem Xangô se apaixona e faz com que ela abandone Oxossi; e Iansã que vivia com Ogun e que Xangô raptou.
Historicamente Xangô teria sido o terceiro Aláafin Oyó, filho de Oranian e Torosi e teria reinado sobre a cidade de Oyó (Nigéria), o que conseguiu após destronar o próprio meio-irmão Dada Ajaká com um golpe militar.
Conta a lenda que ao ser vencido por seus inimigos, refugiou-se na floresta, sempre acompanhado da fiel Iansã, enforcou-se e ela também. Seu corpo desapareceu debaixo da terra num profundo buraco, do qual saiu uma corrente de ferro – a cadeia das gerações humanas. E ele se transformou num Orixá.
No seu aspecto divino é filho de Oxalá, tendo Iemanjá como Mãe.
Todos os dias encontramos Xangô nos fóruns, ministérios políticos, lideranças sindicais, associações, movimentos políticos, nas campanhas e partidos políticos.
Xangô é a ideologia, a decisão, a vontade e iniciativa. É a rigidez, organização, o trabalho, a discussão pela melhoria, o progresso social e cultural, a voz do Povo, a vontade de vencer.
Para Xangô, a Justiça está acima de tudo e, sem ela, nenhuma conquista vale a pena: O respeito pelo Rei é Mais importante que o medo.
Cor - Marron (vermelho e branco) ; Símbolo Machado (Oxé); Pontos da Natureza – Pedreiras; Flores - Cravo vermelho e brancos; Essência - Cravo (flor), Pedra          - Meteorito, pirite, Jaspe; Dia semana - Quarta feira; Elemento – Fogo; Bebida - Cerveja preta; Comidas            - Agebô, Amalá; Número – 12; Data comemorativa – 30 Setembro ou (24 Junho); Sincretismo - S. José, Santo António, S. Pedro, Moisés, S. João Batista, S. Jerónimo.
Xangô é o Orixá da Justiça e seu campo preferencial de actuação é a razão, despertando nos seres o seu equilíbrio e equidade, já que só despertando para os reais valores da vida se processa um fluir continuo.
Os filhos de Xangô são extremamente enérgicos, autoritários, gostam de exercer influencia nas pessoas e dominar a todos, são lideres por natureza, justos, honestos e equilibrados, porém quando contrariados, ficam possuídos de ira violenta e incontrolável.
A dança preferida de Xangô faz-se ao som do alujá, um ritmo, quente, rápido, que expressa força e realeza, recordando através do dobrar vigoroso do rum, os trovões dos quais Xangô é o Senhor. No decurso das suas danças, Xangô brande com orgulho o seu Oxé (machado duplo) e assim que a cadencia acelera, faz o gesto de quem vai pegar pedras de raio num labá (saco imaginário) e lança-as sobre a Terra.
Canto De Xangô(Vinicius De Moraes / Baden Powel)
Eu vim de bem longe, eu vim, nem sei mais de onde é que eu vim
Sou filho de rei muito lutei pra ser o que eu sou
Eu sou negro de cor mas tudo é só amor em mim
Tudo
é só amor, para mim
Xangô Agodô
Hoje é tempo de amor
Hoje é tempo de dor, em mim
Xangô Agodô
Salve , Xangô, meu Rei Senhor
Salve meu Orixá
Tem sete cores sua cor
sete dias para a gente amar
Salve Xangô, meu Rei Senhor
Salve meu Orixá
Tem sete cores sua cor
sete dias para a gente amar
Mas amar é sofrer
Mas amar é morrer de dor
Xangô, meu Senhor, Saravá!
Me faça sofrer
Ah me faça morrer
Mas me faça morrer de amar
Xangô, meu Senhor, Saravá!
Xangô Agodô

TEOPER


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