O MAR EXERCE O ETERNO CHAMAMENTO SOBRE O HOMEM



A Senhora dos Oceanos, Sereia Sagrada, Majestade dos Mares, Iemanjá é considerada a Mãe de todos os Orixás.

Protectora das famílias, regente dos Lares é ela que dá o sentido de “família” a um grupo que vive debaixo do mesmo tecto.

Está no sentido da educação que damos aos nossos filhos, o mesmo que aprendemos com os nossos Pais, que aprenderam com os nossos avós.

Ela é a base da formação da família, que gera o Amor de Mãe pelo filho, dos Filhos pelos Pais, que se transformará num só sentimento, que se irá perpetuar.

Ela é o sentimento da União, quer seja ligado por laços consanguíneos ou não.

Iemanjá é a Família.

Iemanjá está presente nos mares e oceanos. É a Senhora das águas salgadas, é ela que proporciona boas pescas nos mares. Iemanjá é a onda do mar, o maremoto, a praia.

Por isso no dia 31 de Janeiro nós prestamos homenagem à Grande Mãe, retribuindo o Amor que um filho deverá sempre prestar a sua Mãe.

Já há cerca de 3 anos que a passagem do ano, faço no seio da família TUPOMI e, cada ano que passa sentimos o Amor, o Carinho e o Colo de nossa Mãe Iemanjá.

Como todos os anos, pedimos permissão ao Senhor Ogun Beira-Mar que proteja os nossos trabalhos para que ele proporcione a paz e a serenidade a quem está presente neste ritual.

A preparação é feita pela Hierarquia da casa, Os atabaques começam a sua batida e o ambiente se transforma, as ondas do mar se envolvem como que chamadas pelo bater dos atabaques e dos cantos, as Sereias estão presentes e o povo do Mar se confunde connosco, estamos em ambiente de Amor, que só uma Mãe pode proporcionar.
Na praia com os pés descalços, pisando a areia, sentimos a força e a vibração que aqueles que estão presentes em nós, nos proporcionam.

Este ano fomos recebidos pelo calor emanado de nossa Mãe, a areia estava pronta para receber a nossa energia, a água do mar estava amena, o que nos proporcionou um contacto directo, que serviu para levar nas ondas do mar, todo o mal que descarregamos, do corpo, da cabeça e da mente.

Cada ano que passa, procuramos renovar na matéria e no espírito, para que possamos desenvolver o nosso trabalho debaixo das leis e orientações dos Orixás e de nossa Ialorixá.

Não basta ir neste ritual, vestido de branco, e manter o mesmo status. Não basta mostrar que estivemos presentes, se nada lá deixarmos. Não basta levar uma flor e largar nas ondas do mar, se connosco trouxermos os espinhos.

O mais importante é renovar o coração; renovar a vida e renovar nas atitudes para com ela e com todos nós, mas principalmente consigo próprio, porque podemos prometer mudanças, podemos prometer estar, mas de que vale se ela sonda os nossos corações e sabe bem, quem tem atitudes de humildade e está a ser sincero nos seus actos. Nós por vezes nos esquecemos que uma Mãe sabe bem quando um seu filho não está a ser sincero.

O Barquinho seguiu seu rumo, os pedidos foram recebidos pelos seus falangeiros que os depositaram aos pés da Grande Mãe.

Tudo tem um trabalho preparatório que muitas vezes passa despercebido a alguns, mas que não passa despercebido àqueles que nutrem á sua Ialorixá o Amor de Mãe que ela é para nós, por isso eu peço sempre no mar que a auxilie nas grandes decisões, nos momentos de angustia e de preocupação que nós, seus filhos por vezes lhe damos. Que Iemanjá esteja sempre presente.

Finalizando, que este ano traga tudo de bom a quem merecer.

ODÕIA (ODÕ-FÉ-IABÁ) IEMANJÁ

A SUA BENÇÃO MÃE ELSA


TEOPER (18/01/2011)

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