Ogãs – Atabaques – campo vibratório
Um atabaque é um ponto vibratório muito importante nos rituais das religiões Afro-luso-brasileiras e o seu nome deriva do árabe at-tabaq que significa prato. Embora o seu nome possa ter várias origens e derivar de região para região. É feito da madeira onde se encontra o Axé de Xangô, nos aros de metal a força de Ogum e Exu e na pele de origem animal a influência de Oxossi.
Os atabaques dividem-se em:
Run – é o maior atabaque com som grave. Run significa rugido.
Rumpí – é o intermediário com som mediano. Run significa rugido e pi imediatamente.
Lé – é o menor atabaque e tem o som mais agudo. Lé significa pequeno.
O Run é responsável pelo solo musical. Os outros Rumpí e Lé dão suporte e manutenção do ritmo, assim como repiques e variações.
Não devem ser tocados por pessoas não preparadas para esse fim pois poderia acarretar uma quebra de energias existentes no instrumento ou ainda na transmissão de vibrações que não seriam benéficas à pessoa despreparada.
Não é qualquer um que pode ser Ogã. Os Ogãs possuem a capacidade de activar energias, devem ser conhecedores de rezas e fundamentos de cada Orixá, além de saber a hora certa de entoar cada canto e toque, de acordo com a necessidade do trabalho.
Ogã Alabê (ou Ogã de Sala) é o comandante dos Ogãs, responsável directo pelos atabaques e instrumentos auxiliares dentro da casa. Tem o dever de ensinar os Ogãs mais novos os toques e cânticos apropriados a cada sessão.
O alabê deve conhecer a magia dos pontos cantados além dos toques correctos. Normalmente os alabês possuem a facilidade de receber intuitivamente vários pontos ou cantigas, que deverão ser adoptadas dentro das necessidades dos trabalhos espirituais.
Ogã Calofé está abaixo do Alabê e também deve conhecer os toques, cânticos e instrumentos auxiliares. Os calofés fazem a marcação rítmica adequada a todos os cânticos ritualísticos.
Ogã Berê – ogã em fase de iniciação e aprendizado.
Ogãs auxiliares – os que tocam outros instrumentos que acompanham os atabaques.
Ogãs de Canto ou curimbeiro – responsável pelos cantos do terreiro. Não necessariamente precisa tocar um instrumento.
Ogã honorífico – é uma pessoa que não está iniciando, não participa do dia a dia da casa mas tem sua importância na sociedade.
Ogã Axogum – é o Ogã mão de faca, o que faz a matança dos bichos.
O mais importante é o Ogã ter amor, dedicação e buscar sempre o conhecimento.
Ogã tem mediunidade. O que lhe difere da maioria dos médiuns é que a mediunidade se manifesta através do “Dom Musical”.
Mediunidade de Lucidez Artística Musical, age em especial nas mãos e braços em Ogãs de couro ou nas pregas vocais em Ogãs de canto. Quando preparadas pelas entidades estas regiões são irradiadas e iluminadas pelas forças astrais. Como qualquer médium, veio com uma missão predeterminada pelas forças superiores. Todo Ogã tem obrigação de cuidar e buscar o aprimoramento do seu dom. O seu desenvolvimento e crescimento mediúnico dependerão exclusivamente de si próprio, pela disciplina, força de vontade, fé e respeito para com as obrigações.
Que os Ogãs levantem suas mãos aos céus e agradeçam a zambi pelo dom divino que têm, pois é através de suas mãos e canto que os sons sagrados fluem na Aruanda dos Orixás.
Por isso a pergunta… Pode alguém sem ser Ogã, um médium de incorporação ou um cambone, ir para os atabaques e tocar?
Com certeza que não (penso eu?), salvo se o chamamento for esse, (…) porque Não devem ser tocados por pessoas não preparadas para esse fim, pois poderia acarretar uma quebra de energias existentes no instrumento ou ainda na transmissão de vibrações que não seriam benéficas à pessoa despreparada (…)e antes de tudo um Ogã é preparado para exercer dentro do campo vibratório que lhe é destinado para o bom ritmo de cada gira ou de cada ritual próprio… um atabaque é um instrumento de uma importância vital para o bom decorrer dos trabalhos na nossa Umbanda, a energia que Eles transmitem é a própria energia que Aruanda envia para que o equilíbrio de cada sessão seja um factor de consonância entre a Energia Deles e a dos Humanos que procuram a obtenção de equilíbrio e tranquilidade para as suas vidas
Daí vem a importância da firmeza nas obrigações, das protecções de uma boa intuição das mãos de couro da casa. Quando o atabaque está bem vibrado pelas forças dos Orixás normalmente quem se dá mal é quem esta querendo demandar pois as energias recaem sobre ele. É a famosa lei do retorno que no caso é imediata. Adquirir conhecimento é fundamental pra todos em especial o Ogã. Porém saber direccionar esse conhecimento em prol do amor e da caridade actuando contra o mal é o grande objectivo da umbanda.
Na umbanda, uma mulher tem total condições para ser uma atabaqueira. Se considerarmos que os Ogãs têm um dom divino, uma faculdade mediúnica musical, esta não vem com género mas sim com espírito e este por ter origem na essência divina não tem sexo.
Por isso na minha Casa a responsabilidade dos nossos Ogãs é evidente em todos os trabalhos realizados de uma forma consciente, valorizada pela concentração demonstrada e pela intervenção dos seus Guias na hora do toque para um bom desenvolvimento dos trabalhos do TUPOMI…Bem hajam todos os Ogãs da nossa Casa sob direcção do Pai Diogo…Simplesmente obrigado por todo o vosso trabalho que conduz sempre a que as Entidades que nos visitam estejam sempre dentro dos campos vibratórios da Luz que o TUPOMI vibra para todos nós.

Agosto 2015

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