Espíritos imperfeitos

São inclinados ao mal, de que fazem o objecto de suas preocupações. Como Espíritos, dão conselhos pérfidos, sopram a discórdia e a desconfiança e se mascaram de todas as maneiras para melhor enganar. Ligam-se aos homens de carácter bastante fraco para cederem às suas sugestões, a fim de induzi-los à perdição, satisfeitos com o conseguirem retardar-lhes o adiantamento, fazendo-os sucumbir nas provas por que passam.
        Nas manifestações dão-se a conhecer pela linguagem. A trivialidade e a grosseria das expressões, nos Espíritos, como nos homens, é sempre indício de inferioridade moral, senão também intelectual. Suas comunicações exprimem a baixeza de seus pendores e, se tentam iludir, falando com sensatez, não conseguem sustentar por muito tempo o papel e acabam sempre por se traírem. Alguns povos os arvoraram em divindades maléficas; outros os designam pelos nomes de demónios, maus génios, Espíritos do mal. Quando encarnados, os seres vivos que eles constituem se mostram propensos a todos os vícios geradores das paixões e degradantes:  a sensualidade, a crueldade, a felonia (deslealdade/traição) hipocrisia, cupidez, avareza, etc.

Fazem o mal por prazer, as mais das vezes sem motivo, e, por ódio ao bem, quase sempre escolhem suas vítimas entre as pessoas honestas. São flagelos para a humanidade, pouco importando a categoria social a que pertençam, e o verniz da civilização não os forra ao opróbrio (Desonra pública) e à ignomínia (infâmia). [livro dos Espiritos (102)]
A primeira parte é a teoria espirita, que não temos de menosprezar, mas adaptando-a á nossa realidade, ela não fugirá muito daquela definição, e encontraremos muitas afinidades com a definição que ainda estou procurando para meu deleite intelectual.
Kiumbas é o termo que eu mais gosto para definir estes espíritos imperfeitos, são seres que oriundos e criados por Deus, pela sua pouca realidade evolutiva são seres que se recusam a reconhecer o poder e o conhecimento de Deus. São criaturas que ainda vão passar do gelo ao fogo, da vassalagem á liberdade, mas com toda a certeza um dia lá chegarão.
São espíritos propensos a terem um domínio sobre o mal e fazem desse mal a corda com que dominam outros seres, quer sejam encarnados ou desencarnados… são seres que sofrem sem o saberem, escavam na sua sepultura o trejeito da sua condição. E quantas vezes são “encosto” para os que querem dominar, levando outros seres aos vícios que ele pretende tomar para si… um claro exemplo é a tríade espiritual do mal, que chefiada pelos magos negros fazem com que a humanidade caminhe para épocas onde a guerra, a fome e o desespero imperem, porque é nestas condições pérfidas que eles dominam.
Clarividência e transparência nos actos livres da vida é a forma de os combater, e trazê-los para o nosso campo de luta, onde a luz impera na espada dos guerreiros que estão ao serviço de Um Deus enorme de amor pelos seus filhos e que só pretende que eles alcancem o estado de felicidade para o qual foram criados.
Os leigos na matéria e os detractores da nossa Umbanda confundem os nossos Exus que trabalham na Lei de Deus e são os portadores da liberdade e dos caminhos que deveremos seguir para alcançar atitudes credíveis de um ser humano em evolução para o amor. Quando alguém pretende fazer algum trabalho maligno faz acordos com os Kiumbas, que agem na surdina e não estão na orientação de nenhum guia espiritual, mas que podem se fazer passar por um.

Por isso a caridade é um factor de reconhecimento da presença de Exus que trabalham na linha da Luz, porque nas reuniões em que há a incorporação de Exus, por exemplo, não pode haver nenhum tipo de cobrança ao visitante, seja de dinheiro ou de qualquer outra natureza. Porque a origem da nossa religião tem como plataforma de luz a Caridade.
Os Exus infelizmente (muitas vezes) são confundidos com os Kiumbas que são espíritos das trevas ou obsessores que se encontram desajustados perante a Lei. São responsáveis pelos mais variados distúrbios morais e mentais nas pessoas, desde pequenas confusões, até as mais duras e tristes obsessões. Comparados ao Diabo dos Católicos, são espíritos que se comprazem na prática do mal, apenas por sentirem prazer ou vingança, calcados no ódio doentio. Aguardam, portanto, que a Lei os recupere da melhor maneira. Vivem no baixo astral, onde as vibrações energéticas são pesadas.
Trata-se de uma enorme egrégora(1) formada pelos maus pensamentos e oriundos dos espíritos encarnados e desencarnados.
Sentimentos baixos, tais quais paixões desenfreadas, ódios, rancores, raivas, vinganças, sensualidade exagerada e vícios de todas as estirpes alimentam essa faixa vibracional da qual os Kiumbas se alimentam, já que se sentem mais fortalecidos com a energia por eles absorvida.
Tomemos o exemplo das chamadas amarrações amorosas, que muitas vezes se afirma serem feitas por esta ou aquela Pomba-Gira, mas essa manipulação da energia que proporciona essa amarração nunca é feita por uma das Senhoras que desce num Terreiro [Barracão] cujo chão é fundamentado pelo poder de Deus, mas sim por um Kiumba, que utilizando energias negativas e aproveitando-se do pagamento material ou imaterial que lhe é proposto, realiza tal operação no campo vibracional negativo, energia que lhe convém manipular.
Mas nunca se esqueçam que um Kiumba é um Filho de Deus e, como tal, é digno de sermos condescendentes em ajuda e auxilio para que eles se libertem e façam a sua evolução natural na escala evolutiva no Alto Astral.
Mas se dentro do livre arbítrio (de que dispõem), eles rejeitarem essa condescendência e essa ajuda, oremos e lutemos para que eles um dia possam respirar a liberdade e aceitar Deus nos seus corações. Porque só assim terão conhecimento da condição (irreconhecível) a que estão sujeitos no Umbral da vida.
Espírito imperfeito vive da agonia e fraqueza espiritual daqueles que vampirizam espiritualmente, tal como os vampiros que vemos no cinema, alimentam-se da ignorância da qualidade humana e que constantemente andam deslumbrados com a nova situação criada…cresce o seu ego…menosprezam quem lhes cuidou da vida…cospem no prato que lhes deu de comer (comida física e espiritual), portam-se com uma falsa modéstia, bajulam, sem se preocuparem com o tombo que inevitavelmente um dia irão dar.
(isto é certo, um dia o equilíbrio se terá de dar e as contas terão de se saldar)
Deus é grande, não oferece nada, pelo contrário nos ensina que tudo o que nos dá obrigatoriamente, temos de o doar de graça. Aqui a diferença entre um Médium que trabalha dentro das Leis dos que trabalham nas leis de Mamom. Não podemos amar dois deuses, o nosso Deus é de devoção única, até porque é Único.


O tempo é fascinante, tudo nos dá, tudo nos tira, mas sempre que cumprimos esse Tempo, estaremos sempre dentro do Tempo. Tal como Exu que nos baralha (por vezes) para que racionalmente façamos a distinção e estejamos no Tempo preciso e nas Leis de Deus que são imutáveis e que junto com o Tempo se adaptam aos ventos de mudança.
Kiumba é espirito imperfeito, que nos tenta sempre e quando abrimos uma brecha na muralha espiritual que temos, ele faz tudo para destronar e derrubar essa muralha com o intuito de nos desviar da nossa realidade própria, repondo na nossa vida uma realidade virtual, que não queremos para nós, mas que por vezes o ego nos faz alimentar essa realidade de engano.
Por isso a grande defesa contra eles é ORAR E VIGIAR…esperar, mas estar atento…dormir dom um olho aberto…estar em paz, mas com a espada sempre por perto, porque Kiumba é esperto, forte e inteligente, misturador de emoções, alimentador de falsas sensações, transforma a sensualidade em promiscuidade, traz o veneno no ódio, naquilo que diz ser amor… amarra-nos a falsas esperanças e a falsas riquezas materiais e espirituais.
Mas, terminando, ou procurando ainda entender:
Nada é fácil, convivemos com eles todos os dias, participamos nessa batalha eterna do bem contra o mal, somos guerreiros de Aruanda (fazermos parte das suas fileiras de combatentes), armamo-nos com as forças vivas do Orixás, a armadura das nossas Entidades e temos o nosso Exu como vigia do espaço onde nos movemos, por isso – Temos de ter medo de quê? E de quem?
É só estar na Lei, deixar a Luz entrar, apanhar o Amor e distribuir Caridade. Estar com os fundamentos do nosso Terreiro, e cumprir com os objectivos e atitudes que a Umbanda religião do Amor nos transmite. Amar sem olhar a quem.

1)- Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Egrégora, ou egrégoro (do grego egrêgorein, «velar, vigiar»), é como se denomina a força espiritual criada a partir da soma de energias colectivas (mentais, emocionais) fruto da congregação de duas ou mais pessoas.[1] O termo pode também ser descrito como sendo um campo de energias extrafísicas criadas no plano astral a partir da energia emitida por um grupo de pessoas através dos seus padrões vibracionais.

(2) - Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.


Mamon é um termo, derivado da Bíblia, usado para descrever riqueza material ou cobiça, na maioria das vezes, mas nem sempre, personificado como uma divindade. A própria palavra é uma transliteração da palavra hebraica "Mamom" (מָמוֹן), que significa literalmente "dinheiro". Como ser, Mamon representa o terceiro pecado, a Ganância ou Avareza, também o anticristo, devorador de almas, e um dos sete príncipes do Inferno. Sua aparência é normalmente relacionada a um nobre de aparência deformada, que carrega um grande saco de moedas de ouro, e "suborna" os humanos para obter suas almas. Em outros casos é visto com uma espécie de pássaro negro (semelhante ao Abutre), porém com dentes capazes de estraçalhar as almas humanas que comprara.

Comentários