“O que realmente importa não é o que você faz, mas quanto amor você dedica no que faz” (Madre Teresa de Calcutá)
Pensamento bonito, transcendente e pedagógico vindo de um ser que pela sua atitude de vida, personifica claramente este pensamento, até pelos seus actos junto dos mais desfavorecidos.
Este é a verdadeira atitude que qualquer ser que tenha a noção da sua missão neste planeta deve ter em conta, dado adquirido para a sua própria evolução. Passar por um sem-abrigo e olhar para o lado, não me parece uma atitude digna de um ser que se propaga a todos os ventos “filho de Deus” e depois numa altura em que a caridade se mostra espectáculo, aparecem como os mais fieis, junto daqueles que um dia ignoraram.
Muitas vezes a gente se esquece que naquela criatura que vive na rua, há um ser que em sofrimento, vive silenciosamente, a amargura e o desespero de um acto, um sentimento, uma irresponsabilidade praticada numa dada altura da sua vida e, quiçá, sem pensar, nem sequer se lembrar que outros estão sofrendo a sua ausência (um pai, uma mãe, um irmão, um amigo) e, que esse acto, quantas vezes irremediavelmente praticado por uma mente doente, em sofrimento, pode e deve, procurar ser entendido para que uma solução se encontre no limiar da zona cinzenta onde se encontra.
Quantas vezes, me ponho a pensar (sim, porque eu também penso e também sofro) o porquê deste sofrimento que um Deus de amor consente, não que eu ponha em dúvida o acto desse sofrimento, até porque o entendo pela liberdade que Ele nos concedeu através de nos proporcionar que sejamos seres em que o livre arbítrio seja entendido não como castigo, mas entendido como inteligência nos actos de cada um, dado que cada acto nosso, é uma escolha, uma opção e como tal, a escolha sempre terá uma consequência.
Caridade é o amor em acção, por isso jamais poderemos fazer caridade se "não amarmos o simples acto de praticar a caridade." Caridade por caridade não tem sentido, é um acto vazio de sentimentos. Tomemos o exemplo do sem-abrigo que está ali, não por decisão sua mas por uma inevitável actuação da vida, um erro o levou a não estar junto da vida que tem de viver, talvez nós tenhamos um papel de transmitir de uma forma inteligente a vida a esse ser, fazê-lo renascer das cinzas do seu erro, entender o seu ser, porque também ele tem o direito de sonhar.
Por vezes nem há a necessidade do pão, mas da necessidade de ouvir, e ser ouvido, entender e ser entendido, amar e ser amado, chorar porque as lágrimas lavam sempre o âmago do nosso ser, somos filhos da vida e como tal temos de nos enquadrar na diferença de cada um. Eu acredito que o erro é a inevitabilidade de todos os seres humanos, a grande questão está em saber viver com esse erro sem perturbações na vida.
Um sorriso ajuda a equilibrar… uma palavra ajuda a entender…um abraço ajuda a perceber o amor… somos todos carentes e, em determinadas alturas da nossa vida não entendemos quando somos afastados, ignorados, pisados, esquecidos, e quando olhamos para o céu e falamos (… Meu Pai…não estou a entender estes seres humanos, perdoa-me (o pensamento) e ajuda-me a perceber a causa de não estar a perceber o meu erro e onde errei…).
Aí talvez a gente se perceba na insensibilidade ignorante dos nossos actos.
Como disse o filósofo Grego [EPICURO de SAMOS]
"O prazer de fazer o bem é maior do que recebê-lo"
Teófilo Pereira – Junho 2016

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