Mais importante que a roupa… é a vida que se vive dentro da roupa”

A importância de estar na plenitude dos nossos actos perante a vida, faz com que pouco me importe vestir as calças dos outros, se interiormente, sou eu e mais ninguém que faz essas calças andarem… e só andam porque sou eu a movimentar as minhas pernas.
Não perco tempo com as roupas dos outros, tenho é que me manter arejado e limpo de pensamentos, usando a liberdade que tenho para usar a roupa que eu quero e gosto. Quero lá saber que não gostem da minha roupa, o importante é a minha vontade de usar ou não essa roupa.
Por isso julgar a minha roupa é acto fútil e não está de encontro áquilo que queremos como padrão para a nossa vida.
O Nazareno andava simples, mas a sua roupagem iluminava por onde passava, tal era a sua luz e talvez tenha sido por isso que os profetas, profetizaram que as suas roupas iriam ser jogadas e alguém as iria ganhar.
Não… não basta vestir roupas bonitas e caras, o importante é sentir-se bem nessa roupagem. A beleza está na simplicidade da roupa, porque quem irradia luz, não é a roupa, mas os nossos actos e atitudes perante o mundo.
A Umbanda exige:
·         Amor
·         Presença
·         Dedicação
·         Sacrifício
AMOR – porque a Umbanda é a religião do amor que nos advém das entidades que lhe deram a força do amor, que só um Deus de amor poderia legar na transcrição da simplicidade dos pretos-Velhos, Crianças e Caboclos, a Tríade da Umbanda que nos transforma e revoluciona como seres únicos e criados para amar. E amar só seres especiais o conseguem pela Fé que irradiam no amor próprio e para com os outros..
Presença – A vida é uma constante presença na luta diária da procura de um estado de felicidade, que nos lega a tranquilidade e o espirito de estar presente, sem estar lá. A Fé é uma presente constante que nos remete para o equilíbrio entre o sagrado e o profano. É este equilíbrio que nos faz sentir vivos na Fé de algo que nem precisamos ver, mas simplesmente sentir. Porque a Fé é sentir sem ver. A Umbanda é vivência na presença diária e todos os dias somos Umbanda, e só estar presente nos leva ao entendimento da Fé. Por isso Na Umbanda tem que se estar presente.
Dedicação – Somos seres responsáveis que carregamos (ou ajudamos a carregar) a cruz do nosso descontentamento. A cruz, simbolismo de presença na mudança que opera em cada um de nós. Somos a mão que ajuda… somos o caminho que leva essa cruz. E como a cruz, não é sinónimo de sofrimento, só temos que nos dedicar, àqueles que pelos tempos ajudaram a transportar a nossa, vossa cruz. E, só com dedicação ao amor que esses seres nos legaram é que poderemos atingir o clímax da vida.
Dedicação exclusiva a um Deus de amor, porque somos o braço que transporta o facho da Fé para o Olimpo da vida. Somos Fé e, pela dedicação a essa Fé, respiramos vida. A Umbanda é a religião de dedicação ao amor.
Sacrifício – Não, o sacrifício do carneiro, mas o sacrifício do amor a uma religião de Paz, que nos transporta à paisagem de um vale verdejante, onde todos um dia, iremos descansar pela dedicação que vivenciamos à religião do amor, que nos leva ao encontro de seres deste planete físico com os seres do planeta espiritual.
Sacrifício pessoal pela escolha. Sacrifício pela mudança que Ela opera em nós.
Não um sacrifício na dor, mas um sacrifício no amor.
Qualquer roupa nos fica bem, desde que o que está dentro dela nos assente bem e fiquemos radiantes na luz que ela transporta. É o que está dentro da roupa que resplandece no nosso ser, e só nós, criaturas de Deus criados para amar, estar presentes, ser dedicados e operar sacrifícios na mudança.
E a Umbanda é mudança no amor pelo amor.

Teófilo Pereira – Maio 2018

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